Violência contra profissionais da imprensa na Bahia será tema de audiência pública na Câmara de Salvador
O debate pretende discutir a tentativa de censura à imprensa e os inúmeros casos de agressões que têm ocorrido em Salvador e nos municípios baianos
A Câmara Municipal de Salvador irá realizar, na próxima segunda-feira (19), uma audiência pública com o tema: “Democracia e Acesso à Informação em perigo: como combater a crescente violência contra profissionais de imprensa na Bahia”. O evento pode ser acompanhado ao vivo, a partir das 10 horas, pela TV Câmara (Canal 12.3) e pelas redes sociais (www.facebook.com/tveradiocam).
A audiência pretende trazer os ataques à democracia no Brasil também por meio do crescimento nos casos de censura à imprensa, à informação e a liberdade de expressão que tem vitimado jornalistas, radialistas e demais profissionais tanto em Salvador como nos municípios baianos, com assassinatos, agressões físicas e constantes ameaças.
O debate foi solicitado à Câmara pela vereadora Marta Rodrigues (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos e em Defesa da Democracia Makota Valdina. Na mesa, participam o jornalista e sócio da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Fabio Costa Pinto; deputada federal Lídice da Mata (PSB), relatora da CPI da Fake News; o presidente Sindicato dos Jornalistas do Estado da Bahia (Sinjorba), Moacy Neves, a presidente Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) Maria Jose e o presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI-Bahia) Ernesto Marques. A audiência atende a uma demanda apresentada pelo sócio da ABI Brasileira, Fábio Costa Pinto.
“A preocupação com a crescente escalada de violência contra jornalistas em todo o estado da Bahia é um sentimento compartilhado por todos os profissionais do setor, o que requer ações mais enérgicas por parte das autoridades governamentais e do Poder Judiciário a fim de solucionar esse grave problema que tem atingido toda a nossa categoria “, afirma o jornalista.
Presidente do Sinjorba, Moacy Neves, lembra que “o jornalismo sempre foi um ofício-perigo, por vários motivos”, no entanto ressalta o que chama atualmente de “intoxicação democrática”. “Mas nos últimos anos aumentaram os ataques à profissão no Brasil, em especial após a intoxicação do ambiente democrático, por conta do golpe de 2016 e pela ascensão das ideias fascistas trazidas com a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018. Para termos informação de qualidade e independente, hoje, é preciso defender os profissionais de imprensa da violência do presidente e seus seguidores”, declara o presidente do sindicato.
Para a vereadora Marta Rodrigues, a audiência pública ocorre no momento fundamental, quando todos os setores, sindicatos, entidades da sociedade civil estão reunidos em forte oposição ao fascismo do governo Bolsonaro.
“Estamos vivendo no governo Bolsonaro constantes ataques, para todos os lados da democracia, inclusive na liberdade de expressão, com agressões verbais e físicas, que levam à morte. Profissionais que sempre combateram a censura e são atacados em todos as circunstâncias, tendo ainda um inimigo poderoso que são as fake News. Defender os profissionais da imprensa é defender o direito a democracia, a cidadania e a verdade”, diz.
Institucionais – Também foram jornalistas baianos, o coletivo Jornalistas Livres, além de representantes da Ordem dos Advogados da Bahia (OAB), Ministério Público (MP-BA), Defensoria Pública do Estado (DPE), Clínica de Direitos Humanos da UFBa, Secretaria de Comunicação da Bahia (Secom-BA) e Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).